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Como usar a ESCRAVIDÃO como alusão histórica na redação?

Como usar a ESCRAVIDÃO como alusão histórica na redação?

#RecomendaçãoDoMago 

Alusão História 

Escravidão 

O tráfico atlântico praticado pelos portugueses instituiu uma nova forma de escravidão a partir do século XVI: transformou pessoas em fonte de lucro (em grande quantidade) – anteriormente, nas mais diversas sociedades, os escravizados eram colocados nessa condição por serem prisioneiros de guerra. Nesse novo modelo, contingentes imensos de seres humanos passaram a ser tratados como posses, sendo negociados livremente no Brasil Colônia e no Brasil Império e servindo ao propósito de acumulação primitiva de capital em território nacional.

Tivemos praticamente quatro séculos de escravidão. Ao longo desse período, de acordo com estimativas do IBGE, cerca de 4 milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil e foram submetidos a condições degradantes de vida, alimentação e trabalho. No trajeto entre o continente africano e o Novo Mundo, estima-se que 15% dos cativos pereciam em decorrência do cenário de precariedade e de doenças, como escorbuto, varíola, sífilis e sarampo. Em nosso território, tornou-se recorrente o banzo, nome que se dava ao sentimento de melancolia experimentado pelos escravizados em decorrência do afastamento da terra natal e do cenário desalentador em que estavam inseridos, sendo entendido como uma condição semelhante à depressão, que frequentemente levava à morte por causas indiretas ou pelo suicídio.

Com o objetivo de melhor controlar os escravos e impedir que se organizassem para debelar revoltas contra os senhores das fazendas, tipicamente eram reunidos indivíduos de etnias diferentes, de modo que a diferença de culturas e de idiomas fosse um entrave para a comunicação. Além disso, eram empregados castigos físicos brutais contra os escravizados, os quais eram impingidos com vasta gama de instrumentos de tortura e ao bel-prazer dos donos dos cativos, uma vez que, sendo os escravos encarados como posse e objeto, não havia qualquer limite para o que os senhores desejassem fazer.  

Com a abolição da escravatura, em 1888, não houve nenhum tipo de esforço para integrar a população negra à sociedade de classes brasileira. Ao contrário, os ex-cativos foram marginalizados, sofrendo toda sorte de preconceito e privados de oportunidades de educação e trabalho. Em adição, o Brasil experimentou uma política eugenista de embranquecimento da população, segundo a qual os negros deveriam ser deliberadamente alijados enquanto se privilegiava a mão de obra branca europeia, cuja vinda ao país passou a ser incentivada pelo poder público. Nesse sentido, essa cruel instituição que durou tanto tempo no Brasil pode ser aludida para se referir a diversos temas relacionados à desigualdade e ao racismo no país, já que suas consequências, de caráter estrutural, continuam presentes entre nós. 

Exemplo: 

Primeiramente, destaca-se que as desigualdades sociais afetam principalmente a população negra. Esse grupo étnico enfrentou quase quatro séculos de escravidão, em que não possuíam nenhum direito e eram tratados como mercadorias, fonte de lucro para os mercadores e mão de obra para os ricos. Posteriormente, na República Velha (1889-1930), surgiram as primeiras fábricas, e optou-se pela força de trabalho imigrante, colocando a população negra em trabalhos subalternos. Dessa forma, esse passado explica a subcidadania na qual a maioria da população negra vive: discriminação, baixa remuneração e dificuldade de acessar o ensino superior.

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