No dia 03/08/2025, a banca FCC aplicou as provas do concurso do TRT-2(SP). Para o cargo de analista, a banca cobrou o seguinte tema de redação: “o esvaziamento das experiências reais no mundo contemporâneo” a partir de reflexões sobre o debate dos “bebês reborns”. Esse tema acertamos em cheio na aula de possíveis temas para o TRT-2, no qual trabalhamos reflexões sobre as fragilidades emocionais e o debate sobre as bonecas hiper-realistas.
Foi o octogésimo quarto tema que o Mago acertou (desde 2017), sendo o vigésimo sexto para a banca FCC 🙂
Para o cargo de técnico, o tema de redação foi: “é possível um futuro gratificante?”
A seguir, o Mago da Redação fez um vídeo comentando esses temas e elaborou modelos de redação.
https://www.youtube.com/watch?v=VzPq_jjImP0
Redação pronta sobre o esvaziamento das experiências reais no mundo contemporâneo
Tema: a fragilidade emocional na sociedade contemporânea
A sociedade contemporânea tem sido marcada por um aumento da fragilidade emocional, revelada por altos índices de ansiedade, depressão e sensação de vazio. Essa condição não é fruto apenas de questões individuais, mas está relacionada às dinâmicas sociais atuais que desconectam o sujeito de vínculos sólidos e impõem pressões constantes.
Em primeira análise, é importante salientar que os indivíduos contemporâneos possuem mais dificuldade em promover relações duradouras e significativas. Sob esse viés, o pensador Bauman faz uma reflexão de que os laços humanos se tornaram superficiais, frágeis e instáveis. Em um mundo no qual as relações afetivas duram pouco e a solidão é uma constante, muitos indivíduos buscam refúgios simbólicos para suprir a carência emocional. Exemplo disso é o caso dos “bebês reborns”, bonecas hiper-realistas que funcionam como válvula de escape emocional para pessoas que sofrem com perdas ou isolamento. Dessa forma, a procura por vínculos substitutivos (não humanos) revela o impacto profundo de uma sociedade que não consegue preencher vazios por meio de laços humanos.
Além disso, os padrões sociais criados, além de limitarem a subjetividade, levam as pessoas ao sofrimento. Nesse sentido, o psicanalista Sigmund Freud, em “O mal-estar na civilização”, defende que há um conflito inevitável entre os desejos humanos e as exigências da sociedade. Na atualidade, esse mal-estar é intensificado por padrões idealizados de beleza, sucesso e felicidade, amplificados pelas redes sociais. Nessa perspectiva, o indivíduo se vê pressionado a corresponder a uma vida “perfeita”, o que gera frustração, culpa e sofrimento psíquico diante da constante sensação de inadequação.
Portanto, a fragilidade emocional contemporânea é sintoma de uma sociedade que não consegue criar vínculos afetivos e comunitários, bem como é estruturada por imposições comportamentais. Assim, os indivíduos da modernidade líquida tendem a expressar fragilidade emocional de forma mais exacerbada.
Redação elaborado pelo Prof. Raphael Reis na aula sobre os bebês reborns.
Redação pronta sobre é possível um futuro gratificante?
TRT-1 técnico: é possível imaginar um futuro gratificante?
O filósofo Aristóteles defendia que a felicidade é resultado do exercício das virtudes individuais e da convivência coletiva harmônica, que podem levar a sociedade a um estado gratificante. Contudo, na contemporaneidade, é difícil imaginar um futuro deleitoso tendo em vista a hipertrofia do egocentrismo e a fragilidade das relações.
De fato, a preocupação com os próprios desejos supera a vontade das pessoas de se tornarem virtuosas. A esse respeito, o filósofo francês Gilles Lipovetsky cria o conceito de “hiperindividualismo”, que se refere à tendência atual de busca excessiva pela satisfação dos anseios individuais. Como consequência, o esforço necessário para o desenvolvimento de virtudes é deixado de lado em função do atendimento a vontades imediatas, prefigurando um futuro em que há pouca preocupação com o outro.
Além disso, a dificuldade para a construção de relações fortes também se impõe como um indício de temerosos tempos vindouros. Nesse sentido, o pensador Zygmunt Bauman analisa a construção de laços na atualidade, cenário em os projetos coletivos se enfraquecem e os vínculos humanos se tornam efêmeros. Isso resulta em uma epidemia de solidão – segundo a OMS, uma a cada seis pessoas é afetada pelo sentimento. Assim, o porvir se anuncia como um momento desafiador para a construção de comunidades acolhedoras.
Portanto, é preciso colocar em questão o individualismo excessivo da atualidade e a necessidade de fortalecer relações. Afinal, somente com o desenvolvimento pessoal de virtudes e o trabalho em favor do bem-estar coletivo será possível ansiar por um futuro em que a felicidade aristotélica seja possível.
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